Essa visita oficial foi uma das mais marcantes e inesquecível. Toda autoridade que chegava em São Paulo, era designado para tratar de todos os preparativos e acompanhamento durante a sua estadia nessa cidade ou estado. E nesse caso, não foi diferente. Tendo feito todos os levantamentos necessários para esse tipo de missão, fui para o Pavilhão de Autoridades do Aeroporto de Congonhas, que fica localizado na região sul da capital e mantive contato com as autoridades locais e do governo português da chegada do Primeiro Ministro Mário Soares, que tinha como agenda, o lançamento do seu livro em fez em parceria com o Presidente Fernando Henrique Cardoso. No seu roteiro havia um almoço no Jockey Club de São Paulo, um local sempre escolhido para encontros especiais e lá já aguardavam inúmeras autoridades e celebridades do mundo literário.
Tendo os militares da Torre de Controle do Aeroporto me informado da aproximação da aeronave oficial, já cuidei de me posicionar na pátio de manobras junto ao Pavilhão e aguardar os procedimentos de praxe.
Ao abrir a porta da aeronave, me apresentei ao Primeiro Ministro, dando as boas vindas protocolares em nome do Governo do Estado de São Paulo, e convidei-o a se dirigir até a área interna do Pavilhão, no sentido de aguardar a retirada de sua bagagem e acomodação no veículo oficial, e aguardar também as montagem do comboio oficial e preparativos de segurança.
Nesse momento, o Primeiro Ministro pediu informações sobre onde se localizava a “casa de banho’ no Pavilhão que indiquei prontamente, acompanhando-o até a proximidade da porta.
Enquanto aguardava esse procedimentos de praxe de desembarque de uma autoridade, aguardei junto a porta pelo Primeiro Ministro. Ao sair da “casa de banhos’ , notei que sua mão sangrava junto a um dos seus dedos, me chamou a atenção a calma aparente do ferido Primeiro Ministro, logo, já providenciei a equipe médico socorrista já de prontidão para esse tipo de ação.
Diante dessa paz aparente do Primeiro Ministro, não me contive e perguntei sobre o ferimento: – Senhor Primeiro Ministro, vejo que sua mão está com sangramento e ferida grave, pois vejo que o Senhor perto parte do seu dedo e noto a sua calma diante de uma fato tão grave.
Ele sorrindo , olhou nos meus olhos e disse: – Filho, caro senhor, fique tranquilo, essa parte do dedo eu não tenho há muitos anos, eu apenas me cortei e está sangrando.
Diante dessa afirmativa tão realista, todos os presentes não se contiveram de tantos risos, ele mesmo gargalhava muito…É óbvio que diante do meu pânico.
Ao chegarmos no Jockey Club junto aos amigos , ele foi logo contando essa história que foi assunto por muito tempo entre os presentes.
A partir desse dia, essa história permanece ativa nas suas visitas a cidade de São Paulo.
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