Rotinas – O tempo de cada um

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ANTONIO MACIEL NETO
Presidente da Ford América do Sul
Aprenda a delegar tarefas ? e tente jogar basquete com os amigos

Faço questão de começar o dia tomando café da manhã com minha mulher e minha filha. Às 7h já estou no carro indo ao escritório. Como tenho motorista, vou lendo os jornais, ouvindo notícias no rádio e vendo os e-mails no Blackberry ? uso mais ele do que o celular. Recebo 60 mensagens por dia, e respondo 15. Ninguém filtra meus e-mails, por isso meu endereço eletrônico é questão de segurança nacional.

Chego à Ford, em São Bernardo do Campo (SP), às 8h. Na primeira hora, leio no laptop (não tenho desktop) relatórios de vendas e produção do dia anterior e outro sobre acidentes ocorridos em nossas fábricas na América do Sul. Depois converso com minha secretária sobre a agenda do dia e deixo sempre dois períodos de meia hora ? um de manhã e outro à tarde ? para os imprevistos. Isso é melhor do que interromper o trabalho por conta de coisas que não estavam planejadas.

Aí começam as reuniões. Oitenta por cento do meu tempo eu estou em reunião ? cada uma de no máximo duas horas. Como sou responsável por uma grande região geográfica, divido as reuniões por país, tratando separadamente de cada filial.

Meu maior problema é que sou um cara que gosta de fazer as coisas. Mas quanto mais a gente sobe na carreira mais tem de aprender a deixar os outros fazerem. Fico me policiando. E tem as viagens. São muitas: Camaçari (BA), Argentina, Venezuela, Chile, México e EUA. Só fico em hotéis com esteiras de ginástica. Ultimamente estou deixando de marcar jantares para poder correr. Isso renova minhas forças. Mas, na maioria do tempo, é pauleira total. Quando estou estressado, como um chocolate. No fim de semana, vou à fazenda de gado que tenho no interior de São Paulo. Embora também trabalhe lá (falando com veterinários e tomando pé das coisas), o assunto é diferente. Me locomovo a cavalo, não estou de terno e gravata. Já tentei ficar largado na piscina, mas não consigo. Me irrito. Tenho que estar fazendo alguma coisa.

Gostaria de poder jogar basquete com meus amigos, que montaram um time de veteranos. Não desisti disso ainda. Se o Bill Ford joga hóquei com os amigos de infância dele, eu também posso, né? ?

Entrevistado por Christian Carvalho Cruz

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Rosa usa as viagens de trabalho para correr maratonas

 HUGO MARQUES DA ROSA
Diretor-presidente da Método Engenharia
Seja o primeiro a chegar ao escritório e aproveite o silêncio da manhã

Gosto de chegar cedo ao trabalho. Levo meu filho à escola, antes das 7h da manhã, e vou para a Método. Geralmente sou o primeiro a chegar. Adoro o silêncio da manhã. Aquele período antes das 8h, quando o escritório está vazio, é ideal para ler os contratos mais importantes ou realizar trabalhos que exijam atenção plena. Aproveito a calmaria matinal também para ler jornais e ver e-mails, que são filtradas pela Agda, minha secretária. Não fosse ela e eu passaria o dia só olhando para a tela do laptop.

Não sou do tipo ?executivo tecnológico?. Não uso palm, não sou aficcionado por internet, não tenho Blackberry e sempre prefiro reuniões pessoais a videoconferências. As reuniões são feitas quase sempre no meio da manhã. Às segundas-feiras, despacho com todos os diretores. Nos outros dias, recebo cada um deles individualmente. Nessas conversas, tenho um bom panorama da situação da empresa e definino as metas para os próximos meses.

Após o almoço ? que geralmente dura meia hora, porque eu não gosto de perder tempo ? dedico as tardes a visitas a clientes e obras e ao que chamo de desenvolvimento de gente. É o treinamento da equipe de vendas, dos responsáveis pelas obras e demais times que formam a estrutura da empresa. Não é nada teórico, com apostilas ou manuais. É um treinamento na prática. O papel do presidente de uma empresa também é motivar seu pessoal. Gente é o maior ativo de uma companhia e por isso eu oriento os funcionários, aponto caminhos, estimulo as pessoas a buscarem o desenvolvimento profissional.

Viagens também fazem parte da minha rotina de trabalho. Mas gosto de viajar também para participar de competições. Corro todos os dias em São Paulo e já participei da maratona de Nova York e de Paris. Treino geralmente à noite, após sair do escritório, lá pelas 20h30, 21h. Tenho que manter o pique, sempre. ?

Entrevistado por Darcio Oliveira

“Levo tudo em uma sacola velha de lona: roupas, iPod, remédio, papelada”

ANDERSON BIRMAN
Fundador e presidente da Arezzo
Misture trabalho e diversão ? e tenha uma bolsa gigante que seja escritório a tiracolo

Meu pré-requisito para começar a trabalhar é malhar. Se eu não correr, fizer ginástica ou musculação, não consigo trabalhar. A atividade física me aquece para o dia. Levanto às 6h30. Faço uma hora de exercícios e o trabalho
começa às 9h. Aí, a rotina e o local mudam conforme a época do ano. Temos oito coleções (de calçados) anuais e o meu dia-a-dia vai de acordo com o cronograma de cada uma.

Passo a semana entre Campo Bom (RS), onde fica nosso escritório industrial, São Paulo (no escritório comercial) e Belo Horizonte (a sede histórica da empresa). Isso quando não preciso fazer uma viagem internacional, como a mais recente, há duas semanas, quando estive no Salão Internacional do Calçado em Paris.

Essa viagem é um bom exemplo de como encaro o trabalho. Fui a serviço. Mas aproveitei para me divertir também. Fiz a meia maratona de Paris de manhã, depois almocei com a família e à tarde, antes de embarcar de volta, conferi a vitrine de uma loja em Saint Germain, que é referência para o varejo de calçados. Essa é minha dinâmica: misturar trabalho com diversão.

Não sinto culpa em parar no meio do dia para fazer algo que não tenha a ver com trabalho. E também não ligo de trabalhar em dia de descanso. Para mim, está tudo interligado. Esse jeito de encarar a vida me ajuda muito. Assim, não estresso nunca. Mas tudo tem um lado ruim, e para mim é passar tempo demais no aeroporto. Em São Paulo, vou de helicóptero.

Para pôr um pouco de ordem na bagunça, uso uma bolsa enorme. Nela eu levo roupa, sapato, remédio, livro, iPod, laptop, papelada e celular ? tenho três. Ela é meu escritório a tiracolo.

Em moda, um setor muito dinâmico, muito nervoso, não tem como você ser o líder que fica no trono, afastado das coisas. Tem que pôr a mão na massa ? e eu ponho. São 240 pessoas na empresa. Não sei o nome de cada uma, mas converso com todas. Adoro conversar. Isso também me diverte. O segredo está aí: achar o lado divertido de tudo. ? Entrevistado por Lílian Cunha

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Mauricio colocou os dez filhos morando perto do escritório

MAURICIO DE SOUSA
Presidente da Mauricio de Sousa Produções
Mantenha-se atualizado para permanecer jovem ? e vá ao show do Oasis

A vantagem de trabalhar com criação é que não há becos sem saída. Há sempre uma alternativa, como no mundo dos quadrinhos. Às vezes, preciso vestir o uniforme de empresário e fingir que estou bravo. Que meus diretores não me ouçam, mas é puro teatro. Trabalho todo o tempo em que estou acordado. Mas isso não quer dizer que eu não me entregue aos meus dez filhos, à minha família. Alguns trabalham comigo. Também consegui colocar toda a filharada morando perto do escritório, porque assim posso visitá-los durante o dia, dar carinho e socorro.

Tenho três secretárias. Uma delas varre meu computador pela manhã para jogar os ?spams? fora e me avisar das coisas mais urgentes. Sobram cerca de 300 e-mails para eu ler por dia. A outra secretária recebe os roteiros e a terceira cuida da parte de vídeo e atendimentos internacionais. Tenho reuniões rápidas quase diárias com os diretores da empresa. Desses encontros, às vezes sai alguém mal informado. Por isso, a minha porta está sempre aberta.

Tudo que fazemos na empresa passa pela minha mão na hora da criação. Tem que passar. Hoje, isso é relativamente fácil, porque assimilei bem as novas tecnologias. Amo o laptop, o e-mail, o satélite. Essas coisas me permitem acompanhar a criação em qualquer lugar do mundo.

Estou cercado de jovens, ouvindo a música da hora, para não ficar desatualizado. A minha preocupação é estar ligado na língua e no som do momento para que a Turma da Mônica não envelheça. Hoje (quarta-feira 15) vou ao show do Oasis.

Estamos em um processo de sucessão na empresa. Estou me encaminhando para sentar na ponta da mesa e delegar tarefas. Vou ficar na criação e na parte política. Em seguida, voltarei a desenhar tiras de jornal. Não consigo mais desenhar tanto quanto gostaria. Às vezes, preciso escrever e desenhar uma história da Mônica, do Chico Bento, para os roteiristas retomarem a linha.

Na empresa, ando o dia inteiro, subo e desço escadas. Me trato com a medicina ortomolecular há 20 anos. Desde então, me sinto mais jovem do que nunca. A minha arma principal para manter o ritmo é a memória. Tenho de me lembrar das histórias que já foram publicadas para não repeti-las, de estar atento para falar com cada diretor sobre seis assuntos diferentes e saber em que pé está a coisa. As pílulas me ajudam nisso. Preciso me cuidar, porque gosto do que faço e quero continuar fazendo por muito tempo. ? Entrevistado por Flávia Tavares

Neschling passa três horas por dia, à tarde, lendo partituras. E também tira uma soneca de 20 minutos

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JOHN NESCHLING
Diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Continue estudando ? e aprenda a gostar da solidão

Meu dia de trabalho tem um ritmo doido. Nem sempre é no Brasil e varia demais. Quando é época de temporada e a orquestra está se apresentando em outros estados ou no exterior
a rotina é simples: aeroporto, avião, hotel,
ensaio e apresentação. Não passa disso e é puxado demais.

Se a temporada é na cidade, meu dia começa às 9h da manhã, na Sala São Paulo, com os ensaios. Eles se estendem pela manhã e pela tarde ? todos os dias. Também ensaio individualmente com os solistas e dedico algumas horas do dia para conversar com os músicos. Cuido para que eles se preservem. Em uma orquestra não há espaço para baladeiros. Quando não tem concerto, termino os ensaios lá pelas 9h da noite. Eles são muito extenuantes fisicamente.

Não faço nenhum esporte ou atividade física porque a regência já é praticamente uma musculação. O que faço é massagem shiatsu, principalmente no pescoço e nas costas. Ao encerrar o dia, mesmo em noite de apresentação, vou direto para casa dormir. Adoro dormir e pego no sono com a maior facilidade. Durante o dia, também dou meus cochilos. Encosto em qualquer lugar e tiro aquela soneca de 20 minutos. Acordo restaurado. Quando estou nervoso, essa é minha técnica para me acalmar.

Sou muito solitário. Não gosto de barulho nem de falar ao telefone. Só tenho celular para falar com minha esposa. E mesmo assim, uso só umas três vezes por semana. Sempre acordo cedo, por volta de 7h. As duas primeiras horas depois do café-da-manhã passo no computador de casa, respondendo e-mails, pesquisando músicas e novos repertórios. Depois vou para a Sala São Paulo, atendo quem precisa falar comigo, vou a reuniões com o pessoal do governo, e com a diretoria executiva da Fundação Osesp (eles que cuidam do dinheiro), e volto para casa na hora do almoço.

À tarde, estudo as partituras. Quando não estou regendo, estudo muito. À tarde, passo três horas no mínimo estudando. Estudar é imprescindível. ? Entrevistado por Lílian Cunha

About Mario Ameni

Mario Ameni, cerimonialista, consultor de eventos público-privado, com experiência em diversos setores do mercado. Atuando em Congressos, Seminários, Encontros Empresariais, com especial conhecimento em Recepção de Visitas Oficiais de Chefes de Estado estrangeiros.

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