Quando recebi a missão de realizar o acompanhamento da comitiva do Presidente Jacques Chirac, em sua visita oficial à São Paulo, realizamos todas as reuniões precursoras com as equipes brasileiras e francesas e estava previsto que ficaria hospedado no Hotel Mofarej, na Alameda Santos.
Na sua ajuda constava algumas atividades e recebi a informação do Cerimonial da Presidência da França que havia uma alteração na programação, o presidente resolveu sair do hotel e caminhar até o Hotel Internacional na própria rua, porém com 2 quadras de diferenças , onde cumpriria sua agenda – que seria uma coletiva de imprensa.
Ao sairmos do hotel , o serviço secreto brasileiro detectou uma bomba de efeito para tingir com cores fortes e com muito fumaça, que havia sido instalada na sala onde haveria a coletiva do presidente, por grupos radicais internacionais. Fui obrigado a retardar essa missão, porém optamos por passear com o Presidente até que houvesse o desfecho desse incidente.
A Polícia Federal agiu rápido, sendo acionado a nossa equipe de Anti-Bomba do Grupo de Operações Táticas da Polícia Militar e da Polícia Federal, que tiveram pleno êxito ao retirar e desarmar o sistema, fato esse que o Presidente nem percebeu a ação.
A entrevista foi realizada com grande sucesso pelo presidente, porém a equipe operacional ficou mais tranquila e foi redobrada a questão de segurança.
Ao retornarmos para o hotel, onde haveria o almoço com autoridades e 450 empresários franco-brasileiros, contou com a presença do Presidente Fernando Henrique Cardoso e Governador Mário Covas. O salão lindamente decorado e com uma segurança reforçada, todos apostos às novas emoções.
Tudo pronto, o “Seating Planner”, os serviçais atentos, o maitre perguntou a bebida ao presidente, que respondeu prontamente:”- Por favor quero uma caipirinha e uma Brahma gelada” , o que causou um grande espanto e muita confusão, pois haviam preparado vinhos franceses, champanhe, porém jamais imaginavam um pedido desses.
Outro fator muito marcante nessa visita, foi o desentendimento entre o serviço de segurança francesa e a Polícia Federal Brasileira, isso causou um momento de tensão na porta do restaurante, pois os agentes franceses não queriam a presença dos agentes brasileiros dentro do recinto. Após uma grande negociação chegou-se ao acordo.
E viva a França !!!
